quarta-feira, 10 de março de 2010

Ocultas Palavras

Ocultas Palavras
Pra não ser machado na mão
A esmagar o dedo
Virar destroços


Ocultas Palavras
Pra não exultar pensamentos
Dar vida viçosa
Expandir pela ação
No formato modelado da emoção


Ocultas Palavras
Pra não ser buquê de flores
Amarrotado em mágoas


Ocultas Palavras
Tesouros que não se revelam
Nem que o outro o mereça
Tem que passear por sua própria cabeça
Eu mesmo a me encarar


Ocultas Palavras
Para que outras namorem com os ouvidos
Não deixe os tolos aflitos
Não desfaça viagens ao estrelados
Daqueles que nunca protagonizaram em palco


Ocultas Palavras
Pra não ser fechaduras
Dessas com cadeados em cortinados ao vento
Janela na displicência dos escancarados


Ocultas Palavras
Sacrilégios, tristes pecados
Ver o type passando
Caminhos se desencontrando
Destino tirando sarro da gente


Ocultas Palavras
Lágrimas caindo do céu
tempestades
Que a alma não soube guardar
Nem controlar
E dissipam-se escandalosamente


Ocultas Palavras
Não mais omissão
Apenas poupam o coração
E esse mundo que não nos merece
Só pra fazer valer a razão


Ocultas Palavras
Decapitação
Decepadas
Amordaçadas
Debatendo-se ao chão


Ocultas Palavras
Ceia em familia
Despencam por entre os cantos de boca
Becos sem saída
Salivas salobras
Temperam o indizível
Em risos convencionais

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