terça-feira, 2 de março de 2010

Arroto

Esses caninos que babam a epiderme
E nela se deixa escorrer, ácidas...

O carimbo das verdades mais íntimas
Dos instintos aflorados
Na displicência
Escandalosamente em paradeiros
Na próxima esquina
Bolsinhas a bailarem
Debochosas
Das palavras que correm
Por entre os corredores de suas taperas
Sem a menor vontade de aparecer
Dissipam-se...
Desgastam-se
No tempo
No vento
Na lida
Nas emoções
Nas horas de provações
De avaliações


Aflição
O rato roeu a roupa do rei
Unhas por fazer, desgastadas
Decepadas, extintas
Em aflição
Vísceras devoradas
Me gelou


A que pertenço?
Se todas as coisas ocupam seu lugar
Que lugar me possui
Me desfaz
Me arrebanha...
Em devaneios
nietschzianos
Pé em pé... sorrateiro
Imperativo das gerais
Dos universais
O que é de gosto
Arregala o caroço
O que interessa
É que a pirâmide
Tem extremos opostos
Nas nuances cheias e vazias da vida


No mundo das formigas
Há aquelas que trilham as mesmices
Outras se debatem nesse mundaréu de desatenções


O tempo traça meus sentimentos
Dissolução
Deterioração
Contaminação
Fuga
Eletrocutados
Carbonizados
Alcatéias em devoração
Canibalismos
Achados & Perdidos


Enquanto que na sala ao lado
Gargalhadas e soluços
Brilhos nos olhos
Inveja
Vingança


Perdas & Ganhos



Bem mais derrotas
A se digerir
Hálitos de manguezais
Sazonais
Precipitam o inevitavel
Que assim se transborda
Em lama se afoga
E submerge


Conflagração
Convulsão
Desabafo


...


Arroto

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