quarta-feira, 11 de julho de 2012

Abismal

Cumes
O mais alto cume
Ventanias
Pingos raquíticos a cair como estacas
Tacanhas
Mudam de ritmos
Constâncias
Rompe-se um vale de prantos
Límpidos
Beira
Poeira
Precipícios
Velada rachadura
E o ruir
Fruir
Fluir
Vertiginosamente
Numa só abocanhada do destino
Ermo
Negrume da noite, sempre noite
Quase que eterno serenar da noite

Sucumbir

Pra que entregastes mais alma do que corpo
A essa imolação?


terça-feira, 10 de julho de 2012

Sumir

Cadela parideira
Em meio a semeadura
De uma vida crua
Epa! Alto lá...
Olhe bem pra mim
De si não fuja
Escuta!!!
Oferto essa angústia
Ao ovário da madrugada
Que desapartes de mim
Soluços em árida progressão
O breu a emprenhar vazios
O breu a parir vazios
Vazios, vazios, vazios...
Não macios...
Nas maçãs do rosto
Blush de desgostos
Sorrisos em desalinhos
Em desafios

Eu não presto
Nem pra judiar de mim
Mas aqui na beira desse bueiro
Já não sei mais com esse barro fazer
Emoldar
Emoldurar desconexões
Previsões
Provisões
Presságios
Naufrágios
Insônia
Angústia
Tristeza arrasta-se
Que nem chinelo de dedo
Displicente
Maledicentes a espreitar
E uma procissão de lamúrias remelentas
Esculturas por ser
Enredos em incompletudes
Um esgueirar-se de vontades
De desejos, de amores
Que não cessam

Acendo uma vela ao padroeiro
da cidade

Mas a luz não tarda a sucumbir

Sonho de consumo: SUMIR